Estrela | Passagem dos seis meses da enchente histórica de Estrela é marcada por homenagens

Março de 2024, dia 04, "16h": um minuto de silêncio no “Ato Memorial da Tragédia de Setembro” é solicitado entre os presentes ao evento. Silêncio só rompido pela sirene do Corpo de Bombeiros, uma das tantas das forças de segurança que ecoaram com força, e por dias seguidos, seis meses atrás a partir das 16h do dia 04 de setembro de 2023. Momento considerado como marco do início da maior enchente recente e histórica de Estrela e região, que elevou o nível do Rio Taquari a 30,17 metros junto ao Porto, e assim deixou rastros de destruição, prejuízos e muita dor, principalmente entre os familiares das vítimas.

Os dois momentos fizeram parte da singela homenagem realizada na tarde desta quarta-feira (04), na Rua Frederico Markus, em frente à Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Leo Joas, no Bairro das Indústrias. A via foi escolhida como local da homenagem por se tratar de trecho construído com a finalidade de servir de rota de saída para os moradores atingidos por outras cheias do Bairro Moinhos e Marmitt. A escola foi o cenário simbólico para este evento memorial por ter disso ela uma das mais atingidas, e onde até mesmo o telhada serviu como último refúgio de pessoas desesperadas esperavam pelo resgate. E o bairro por, também de forma inédita e trágica, sido muito castigo pela força das águas.

Lembranças

“Aqui, diante da Escola Municipal Leo Joas, em um dos pontos mais atingidos do município, há exatos seis meses, a água cobria todo este local onde estamos. Trazendo consigo um rastro de dor, sofrimento e perdas”, destacou o cerimonial. “Perdas que vão além do prejuízo material. Memórias, amores, lembranças e recebidos de uma vida inteira transformaram-se em uma montanha de lodo e lixo. Residências foram levadas inteiras; livros foram perdidos. Fotografias jamais viram a luz do dia novamente. Contos, planos e projetos foram sepultados junto das vítimas desta tragédia”; continuou. “Estrela perdeu dois filhos em meio à devastação daquele triste dia. Hoje, nos reunimos aqui também em memória de Zenaide Boeno e Moacir Engster”, completou o texto lido aos presentes, na presença de familiares destes.

Homenagens

O ato foi seguido por homenagens que buscaram marcar o carinho e a solidariedade de toda a comunidade. A turma do Jardim B da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Estrelinha, acompanhada do professor Éber Jesse da Silva, apresentou a música “Espalhe Amor”. Em seguida, simbolicamente, o prefeito de Estrela Elmar Schneider e o vice João Carlos Schäfer, junto do que foi batizado no ato de “Chama da Vida”, queimaram algumas notícias que retrataram as trágicas memórias da enchente. Homenagens aos familiares das duas vítimas fatais foram realizadas na sequência.

“As consequências ainda são sentidas. As tristes memórias serão, infelizmente, inesquecíveis. Mas o esforço conjunto de todos aqueles que se dedicaram para fazer com que tudo não tivesse uma dor ainda maior, como é o caso de nossa Defesa Civil, dos Bombeiros, voluntários e tantos outros, deve ser lembrada e destacada sempre. Por isso, façamos deste dia mais um marco nesta caminhada de reconstrução”, frisou o prefeito.  Como último ato da homenagem, todos os presentes soltaram duas pombas, como forma de simbolicamente marcar a busca pela paz e maior tranquilidade para todos.   

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Texto: Rodrigo Angeli